“Sinto-me culpado pela morte de Senna”, admitiu Adrian Newey...

O dia 1 de Maio de 1994 não traz boas memórias aos apaixonados pela Fórmula 1. Às 14h 17m, durante a sétima volta do GP de San Marino disputado em Imola, Ayrton Senna despistou-se na curva de Tamburello numa corrida maldita onde Ratzenberger tinha perdido a vida no dia anterior, depois de uma saída de pista na curva Villeneuve.

O óbito de Ayrton Senna foi confirmado às 18h 40m. Nas boxes da Williams (a equipa do brasileiro) estava Adrian Newey, o actual director técnico da Red Bull e o projectista do carro monolugar de Senna, que acaba de publicar o livro "How to build a car" ("Como construir um carro"). É a autobiografia de um engenheiro que já conquistou 10 títulos de construtores e que, à distância de mais de duas décadas, não esqueceu o acidente de Ayrton Senna.

"Sinto-me culpado", escreveu Adrian Newey. "Eu era um dos responsáveis da equipa que realizou um carro onde morreu aquele grande homem. Foi o perno da direcção a provocar o acidente. Não posso fugir à realidade. Era uma peça mal projectada e não devia estar num carro", acrescentou o engenheiro, que na altura dividia as responsabilidades técnicas com Patrick Head, o então director técnico da Williams.

"Mas não me sinto culpado da rotura do perno da direcção que esteve ligado à tragédia, porque penso que não foi isso que aconteceu. Sinto-me culpado porque errei completamente no projecto aerodinâmico daquele Williams. Errei na transição das suspensões activas (que tinham sido banidas em 1993), para as suspensões passivas e desenhei um carro que era aerodinamicamente instável e com o qual Ayrton estava a tentar fazer coisas que o monolugar não lhe permitia, nem lhe poderia permitir, mesmo a ele", afirma ainda Adrian Newey, em mais um novo "capítulo" para as memórias do grande piloto brasileiro.

Em destaque